
Com cerca de 23% da safra sucroenergética 2025-2026 no Norte e Nordeste colhida até 30 de setembro, o processamento de cana-de-açúcar nas regiões Norte e Nordeste atingiu 13,88 milhões de toneladas. Dados compilados pela Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio) indicam que a produção de cana ficou 17,4% inferior às 16,8 milhões de toneladas produzidas em igual período do ciclo 2024-2025, com a atual safra fortemente impactada por condições climáticas adversas no início da nova moagem.
O presidente-executivo da NovaBio, Renato Cunha, destaca que somente na região Nordeste, o excesso de chuvas reduziu em 21,6% o volume de cana colhido, com o esmagamento chegando a 9,02 milhões de toneladas. “O volume elevado de chuvas nos estados da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas comprometeu o teor de sacarose da planta, resultando na diminuição dos Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) obtidos por tonelada processada, o principal indicador de qualidade da cana”, explica.
Segundo Cunha, o andamento da safra do Nordeste até 30 de setembro evidencia queda substancial na produção de cana, de cerca de 21%. No ano passado, o processamento de cana até o final de setembro foi de 17 milhões de toneladas, enquanto este ano foi de 13 milhões. “O perfil do etanol é bastante similar, de quase 8% nos dois anos, o que evidencia um perfil mais alcooleiro. E a queda do açúcar foi brutal, caindo cerca de 33%, de 700 mil para cerca de 476 mil. Fica clara essa tendência que está se consolidando da produção maior de etanol, sendo uma safra alcooleira, garantindo o fornecimento para toda a região nos meses de safra”, acrescentou.
Além da queda na concentração de ATR, o executivo da NovaBio destacou a diminuição na moagem total no Norte e Nordeste, de quase três milhões de toneladas em comparação a igual período da safra passada. Na produção de açúcar, um dos principais produtos de exportação do Nordeste, o levantamento da entidade indica a fabricação de 476,3 mil toneladas, montante 33,8% menor do que as 719,7 mil toneladas constatadas em setembro na safra anterior. A NovaBio reúne 35 usinas de processamento de cana em 11 estados brasileiros.
Na produção de etanol, o anidro – misturado em 30% à gasolina (E30), apresentou ligeira queda de 1,6%, chegando aos 301,04 milhões de litros contra 306,05 milhões de litros da moagem 2024-2025. Já a produção do hidratado, que é o etanol disponível nas bombas para abastecer veículos flex, recuou 12,1% até 30/09, atingindo 427,86 milhões de litros ante 487,02 milhões de litros do ciclo anterior.
No mesmo período comparativo, o total de etanol fabricado, somando-se anidro e hidratado, caiu 8,1%. De acordo com Renato Cunha, que também preside o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), foram 728,9 milhões de litros contra 793,07 milhões de litros da safra 2024-2025 até 30 de setembro.