NOVABIO

Pernambuco inicia testes inéditos de geração de energia elétrica a etanol na UTE Suape II

Projeto reforça a transição energética, amplia a segurança do setor elétrico e coloca o estado na vanguarda da inovação limpa.

Pernambuco deu, na terça-feira (18/11, um passo decisivo rumo à transição energética e à ampliação da segurança do setor elétrico nacional. Em Ipojuca, foi lançado oficialmente o início dos testes do projeto que utilizará etanol como combustível para geração de energia elétrica na Usina Termelétrica (UTE) Suape II, uma iniciativa que une tecnologia, sustentabilidade e desenvolvimento regional.

O projeto, conduzido pela Energética Suape II, marca a adaptação de um motor da fabricante finlandesa Wärtsilä, configurado especialmente para operar com etanol. A inovação prepara o terreno para uma matriz energética mais limpa e conectada às demandas globais de descarbonização.

O centro dos testes é o motor Wärtsilä modelo 32M, modificado para operar com o biocombustível. Com potência projetada de 4 MW, o equipamento dará início a 4.000 horas de operação experimental, etapa fundamental para validar a eficiência, a confiabilidade e a viabilidade técnica da geração elétrica renovável a partir do etanol.

Atualmente, a UTE Suape II opera com 17 motores movidos a óleo. A chegada do motor a etanol representa um salto tecnológico e ambiental, ao trazer uma alternativa energética alinhada às metas de redução de emissões e à segurança do abastecimento elétrico. A Wärtsilä já possui experiências internacionais no uso de etanol em seus motores, e Pernambuco passa agora a integrar esse grupo seleto de testes avançados.

Setor sucroenergético celebra avanço e reforça ganhos ambientais

Presente ao evento, o presidente da Novabio e do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha, destacou o marco estratégico que o início dos testes representa para o Brasil e para Pernambuco:

“Este é um passo extraordinário para comprovar o potencial do etanol como combustível de backup para uma energia realmente limpa. Estamos falando de uma tecnologia que dialoga com a segurança do sistema elétrico e com o compromisso ambiental do país. Só com os carros flex, o etanol já evitou mais de 730 milhões de toneladas de CO₂ desde o início do programa no Brasil. Agora, avançamos para mostrar que este biocombustível também pode contribuir de forma decisiva na geração estacionária”, salienta Cunha.

O evento reuniu representantes dos acionistas da Suape II, incluindo o diretor técnico José Faustino Cândido, além do Governo de Pernambuco, representado pelo secretário Guilherme Cavalcanti. Também participaram representantes dos Grupos Mansur, Petrobras, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e lideranças do Complexo Industrial e Portuário de Suape.

O aporte tecnológico foi reforçado pela presença do professor Reive Barros e do Dr. Jorge Alcaide, especialista da Wärtsilä, que compartilharam análises técnicas e perspectivas sobre o potencial do uso do etanol na geração elétrica.

O setor sucroenergético pernambucano também marcou presença institucional por meio do Sindaçúcar-PE e da Novabio, consolidando a participação do segmento produtivo na construção de soluções energéticas sustentáveis.

Marco regional e contribuição nacional

A adoção do etanol como alternativa para geração elétrica em Suape II representa um marco para o desenvolvimento econômico de Pernambuco e para o fortalecimento da matriz energética brasileira. O projeto posiciona o estado como referência na incorporação de tecnologias limpas e diversificadas, ampliando a segurança do sistema elétrico e antecipando soluções para os desafios da transição energética.

Com o início dos testes, Pernambuco se coloca na dianteira de uma agenda que une inovação, sustentabilidade e competitividade, um movimento que poderá inspirar novas aplicações do etanol na infraestrutura energética do país.

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