
A possibilidade de os Estados Unidos imporem tarifas recíprocas ao etanol importado do Brasil afetaria em especial o setor sucroenergético do Nordeste, diz a Associação dos Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio). Em nota, destaca que aumentar a taxação sobre o produto brasileiro, dos atuais 2,5% para 18%, é uma forma de pressionar o governo brasileiro a revogar a tarifa de 18% incidente no biocombustível exportado pelos EUA ao País.
“Zerar a taxa é algo que não faz sentido, pois o Brasil, superavitário na produção de etanol, não necessita do produto importado para abastecer o mercado doméstico. Acrescente-se, ainda, que exportamos 2,5 bilhões de litros anualmente. Com excedentes exportáveis, comprar etanol dos EUA a uma taxa recíproca seria desnecessário e oneroso para a balança comercial brasileira”, afirma o presidente executivo da NovaBio, Renato Cunha.
Cunha afirma que o Nordeste, onde a indústria da cana-de-açúcar gera mais de 250 mil empregos diretos e indiretos, seria o principal afetado pela adoção desta medida. Além de representar um ponto de atenção na pauta brasileira de exportações e trazer consequências desfavoráveis para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil. O executivo lembra que o Nordeste tem sido o principal ponto de entrada do biocombustível exportado pelos EUA.
“Devido à proximidade logística, mesmo durante a safra canavieira no Nordeste, os EUA chegam a despejar, quando as tarifas são reduzidas, pouco mais de 1,6 bilhão de litros de etanol de milho, que é reconhecidamente menos sustentável do que o fabricado no Brasil”, observa Cunha, que também preside o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE).
Fonte: Broadcast AE