O papel dos biocombustíveis, especialmente do etanol, para assegurar uma transição energética eficiente no Brasil, bem como a convergência dos poderes Legislativo e Executivo em torno de leis que apoiem a indústria de energias renováveis, dominaram as discussões durante o Fórum Nordeste 2024. Em sua 13ª edição, o principal evento com foco nas energias renováveis realizado no Nordeste do País reuniu diversas autoridades políticas e empresários do setor sucroenergético nacional na segunda-feira (02/09), no Mirante do Paço, bairro do Recife (PE).
Para o presidente da Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio) e do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, abriu-se um largo caminho estratégico visando cada vez maior alinhamento entre governos e produtores de biocombustíveis.
“O governo vem atuando com bastante diligência na formulação e aprovação dos recentes marcos regulatórios em relação às energias renováveis. Confiamos que estes trabalhos não cessarão, sobretudo face à necessidade do disciplinamento dos chamados créditos de carbono que ainda faltam ser regulamentados e a aplicação da Política Nacional da Transição Energética (PNTE), aprovada na semana passada”, afirmou Cunha em seu discurso de abertura.
Para o presidente do Sindaçúcar-AL, entidade que recentemente comemorou seu 90º aniversário, e do Conselho da NovaBio, Pedro Robério Nogueira, ficou evidente o claro alinhamento das pautas em discussão: “Nesta expressiva 13ª edição do Fórum, foram extensamente abordados os diferentes elos da cadeia produtiva da cana-de-açúcar, com uma programação voltada ao setor primário, ao fornecedor de cana e ao industrial. Foi um evento bastante representativo, com a presença dos maiores produtores nacionais debatendo aspectos fora do eixo do Centro-Sul”, avaliou Pedro Robério.
Encontro de impacto
Organizado pelo Grupo EQM com apoio do Governo de Pernambuco, Fertine, NovaBio, Sindaçúcar-PE e Sindaçúcar-AL, o Fórum Nordeste 2024 foi considerado o mais exitoso de sua série histórica. Chamou a atenção a presença massiva de representantes setoriais e autoridades políticas regionais e nacionais, com destaque para as participações do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Geraldo Alckmin, da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, e do prefeito do Recife, João Campos.
“É a mais exitosa edição, não só porque tivemos painéis muito ricos, grade de programação ampla, mas também pela representação nacional que esteve aqui, com grandes referências na produção nacional”, reforçou Eduardo de Queiroz Monteiro, fundador do jornal Folha de Pernambuco, que cobriu oficialmente o evento.
Composto por seis painéis de debates, o Fórum abordou uma extensa gama de temas ligados à produção de biocombustíveis e biorenováveis – do etanol e biodiesel ao biogás e biometano, além das potencialidades do Brasil rumo à economia de baixo carbono. Após a solenidade de abertura, o presidente da NovaBio e Sindaçúcar-PE moderou o primeiro painel do dia, intitulado “Reforma Tributária e a sua importância para o ambiente de negócios no Brasil”.
Após palestra do secretário extraordinário da Reforma Tributária no Ministério da Fazenda, Bernard Appy, que elencou as vantagens do novo sistema para desburocratizar a economia nacional, Cunha moderou os debates entre o CEO da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), Evandro Gussi, o presidente do Conselho de Administração da Copersucar, Luís Roberto Pogetti, e o presidente da Bioenergia Brasil e da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (SIAMIG), Mário Campos.
Já o 4º painel do Fórum foi comandado pelo presidente do Conselho Deliberativo da NovaBio, Pedro Robério Nogueira. Analisando o tema “Potencial do Brasil na Transição Energética”, o CEO da DATAGRO, Plínio Nastari, abriu as discussões com a diretora da Agro Serra Industrial, Cintia Cristina Ticianeli; o presidente do Grupo EQM, Eduardo de Queiroz Monteiro; e o presidente Executivo da União Nacional de Etanol de Milho (UNEM), Guilherme Nolasco.