O projeto de lançar um novo veículo no mercado brasileiro movido exclusivamente a etanol está sendo retomado pela Stellantis, montadora que reúne as marcas Fiat, Peugeot, Citroen, Chrysler e Ram. Durante o lançamento da ‘Ram House’ em 20/07 em Goiânia (GO), o CEO da Stellantis Antonio Filosa afirmou que a empresa “desengavetou completamente” o projeto do carro a etanol, segundo matéria publicada pelo site Automotive Business.
A notícia reforça ainda mais o papel do etanol na transição energética, segundo o presidente da Associação dos Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio), Renato Cunha: “A decisão é um avanço natural, pois diversos estudos já comprovaram que o etanol é uma alternativa fundamental para garantir a descarbonização da mobilidade”, afirmou.
Segundo Filosa, um modelo movido apenas a etanol, que a empresa já vem estudando há anos, faz sentido e apenas a capacidade produtiva da montadora impede que seja lançado mais rapidamente. Juntamente com a Toyota, que já produz no Brasil modelos híbridos equipados com motor flex, a Stellantis e a Volkswagen vêm defendendo o uso do etanol e prometem para os próximos anos seus próprios modelos híbridos-flex e movidos a célula de hidrogênio, que seriam abastecidos com etanol.
Cunha lembra que a própria Stellantis já se manifesta a favor do etanol há anos, sendo também a montadora que divulgou, no final de 2022, dados inéditos mostrando que um veículo movido a etanol no Brasil pode ser menos poluente do que um veículo elétrico na Europa, considerando-se as matrizes energéticas utilizadas nos dois continentes.
“A experiência brasileira de décadas com o etanol sempre mostrou que o nosso biocombustível renovável produzido da cana-de-açúcar é um redutor eficiente de poluentes, presente em mais de 40 mil postos de combustíveis de todo o país, não havendo motivo para que não continue contribuindo para combater as mudanças climáticas”, concluiu Cunha, que também preside o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE).