O NE TV 2ª Edição desta quinta-feira abordou a alta na produção de açúcar em Pernambuco entrevistando o presidente-executivo da Associação dos Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio).
O cultivo da cana-de-açúcar em Pernambuco comemora o crescimento na produção. As últimas safras do açúcar têm tido o mercado externo como um dos principais destinos. O corredor verde revela a imensidão de uma riqueza que vem da terra: a cana-de-açúcar colhida nos canaviais segue para usinas com a Igarassu, na região metropolitana do Recife.
O processo atual para a fabricação do açúcar que chega às mesas é quase todo industrializado. Caminhões lotados trazem a doce matéria-prima para o começo de um longo percurso dentro da usina. A cana moída produz um caldo de onde serão retiradas impurezas. A partir daí, vários processos químicos transformam o produto na forma que conhecemos.
No armazém da Igarassu, rodeado por toneladas de açúcar, Ronifon Lopes, assistente administrativo da empresa, viu onze anos da própria vida se transformarem. Foi promovido e ganhou novas responsabilidades. É do açúcar que ele tira o sustento da família: “Comecei aqui como auxiliar de produção, fui crescendo, estou muito satisfeito com o que faço, com a contribuição que dou para que o mundo seja mais doce”.
Dias ensolarados são os melhores para quem produz açúcar. A chuva atrapalha a mobilidade e o transporte dos carregamentos. A safra costuma começar em agosto e se estender até março do ano seguinte. E, no Nordeste, vem rendendo bons números.
Na última safra a usina Igarassu produziu 123 mil toneladas de açúcar. A maior parte desta produção segue para exportação em uma viagem que começa no Nordeste e termina em lugares como Estados Unidos e países do continente africano.
Do total de açúcar produzido, a quantidade exportada pela usina saltou de 64 mil toneladas para 97 mil toneladas entre as safras de 2021/2022 e a atual (2023/2024).
“É um segmento que não terá a participação da Índia e Tailândia no mercado mundial. Consequentemente, a gente vê aumentando nossa safra e dando maior ênfase ao mercado internacional”, afirma Antônio da Fonte, diretor comercial da Igarassu.
De acordo com o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçucar/PE), o crescimento da produção e exportação do açúcar ajuda a movimentar a economia do Estado.
“A exportação agiliza o fluxo de caixa das empresas e movimenta todo um cluster logístico em Pernambuco, sobretudo nos transportes, armazenagem, terminais açucareiros, na questão portuária, além de sanear um pouco o mercado interno. Nós temos superávit em relação ao consumo de Pernambuco e abastecemos também outros estados, como o Ceará e Maranhão”, explica Renato Cunha, presidente do Sindaçucar/PE e da Associação dos Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio).
Um dos principais pontos de saída no Nordeste é o Porto do Recife. Em 2022, o porto movimentou 189 mil toneladas de açúcar em sacos. No ano passado foram mais de 230 mil toneladas, um crescimento de 22%. No caso açúcar demerara a granel o aumento foi ainda mais expressivo entre os últimos dois anos: 128%. A exportação saltou de 132 mil toneladas para 301 mil toneladas.
