Com a safra 2021/2022 em andamento, dados compilados pela Associação dos Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia – NovaBio sinalizam que a moagem de cana no Norte/Nordeste atingiu 28,67 milhões de toneladas no último dia 15 de novembro. O volume, 3,6% superior aos 27,66 milhões de toneladas processadas no mesmo período da safra 2020/2021, favoreceu, principalmente, a produção de etanol anidro no Nordeste.
A fabricação do produto nos estados de Sergipe, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão foi 22,3% maior. Até a primeira quinzena de novembro, as unidades do setor no Nordeste entregaram 392,2 milhões de litros contra 320,7 milhões de litros registrados no ano passado.
De acordo com o presidente da NovaBio, Renato Cunha, somente a indústria sucroenergética do Nordeste deverá encerrar a safra atual, em agosto de 2022, apresentando crescimento na fabricação de etanol anidro. “Projeta-se, neste cenário, um volume total de 744,4 milhões de litros do produto para a mistura, o que vai superar em 15,3% os 645,9 milhões de litros produzidos no final da moagem 2020/2021”, afirma o executivo, que também preside o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco – Sindaçúcar/PE.
No conjunto Norte/Nordeste, até a primeira quinzena de novembro, a produção de etanol anidro e hidratado somou 1,3 bilhão de litros. Registrou-se, com isso, um crescimento de 2,8% em relação ao mesmo período da safra anterior, quando se produziu 1,2 bilhão de litros. Desde o início da moagem 2021/2022, a indústria sucroenergética das duas regiões fabricou 679,9 milhões de litros de anidro, volume 11,6% maior do que o observado no ciclo passado, quando o total foi de 609 milhões de litros.
Apesar destes resultados, a produção de etanol hidratado, diferentemente da fabricação de anidro, segue a tendência de menor produção verificada nacionalmente, notadamente por questões de redução de chuvas, contexto já superado, que ocorreu desde o início da safra atual. Até 15 de novembro, essa retração chegou a 5,4%, com a produção de 625,7 milhões de litros. No período 2020/2021, este volume foi de 661,6 milhões de litros.
O presidente da NovaBio atribui este recuo ao consumo oscilante devido ao isolamento social da pandemia, também face à política imprevisível dos preços do petróleo, e ao real, moeda bastante depreciada. Referiu-se, igualmente, à ausência de investimentos em formação de estoques estratégicos, além de fenômenos de intempéries climáticas ocorridas na safra do Centro-Sul.
Estoques
O estoque físico de etanol no Norte e Nordeste cresceu 16,9% comparado à primeira quinzena de novembro de 2020. O total atingiu 428,5 milhões de litros contra 366,6 milhões de litros armazenados no mesmo período da safra passada.
O etanol anidro apresentou aumento de 45,7%, estocando-se 259,4 milhões de litros em comparação aos 178 milhões de litros observados na moagem anterior. Já o armazenamento do hidratado apresentou queda de 10,31%, com 169,1 milhões de litros frente aos 188,5 milhões de litros verificados até 15 de novembro de 2020.
Açúcar
A produção de açúcar acumulada no Norte-Nordeste, de maio a 15 de novembro de 2021, apresentou leve queda, de 1,6%, em relação ao mesmo período da safra anterior. Foram produzidas 1,32 milhão de toneladas contra 1,35 milhão de toneladas em 2020. A expectativa do setor Norte/Nordeste é de que a moagem 2021/2022 seja concluída com a fabricação de 3,2 milhões de toneladas do produto. O volume esperado seria 7,6% maior do que o verificado em 2020/2021, que foi de três milhões de toneladas.
ATR
Em relação à quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), houve uma retração de 2,4% em comparação ao mesmo período da safra anterior. Até a primeira quinzena de novembro, verificou-se um índice médio de 129 kg de ATR/t. No mesmo período da safra 2020/2021 este número foi de 132 kg de ATR/t.
Períodos de moagem Norte/Nordeste
No Norte, a safra vai de maio a abril nos estados do Ceará, Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins. No Nordeste, a moagem é feita entre os meses de setembro e agosto nos estados de Pernambuco, Alagoas, Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe.
