De abril de 2020 até março de 2021, as importações brasileiras de etanol biocombustível somaram 634,53 milhões de litros, queda de 61,5% em relação à safra passada, que registrou a compra de 1,64 milhão de litros no mesmo período. É uma mudança acentuada, que sinaliza um etanol brasileiro mais valorizado no mercado doméstico, segundo o presidente-executivo da Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio), Renato Cunha.
“A adoção de uma tarifa sobre o etanol importado tem ajudado a consolidar um ambiente de negócios mais favorável para o setor produtivo no Brasil. Além de oscilações cambiais e de demanda causadas pela pandemia, a taxação foi decisiva para a maior valorização do etanol brasileiro,” avalia Cunha.
A imposição da tarifa sobre o etanol importado foi amplamente defendida pela NovaBio durante o processo de aprovação junto ao governo federal, em dezembro de 2020. “Nos anos anteriores havia uma importação desenfreada, oriunda principalmente dos Estados Unidos, que respondiam por quase 90% do total importado pelo Brasil”, explica Cunha.
Dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) indicam que nos últimos quatro meses, os portos brasileiros registraram redução de 57,5% nas importações de etanol. Entre janeiro e março de 2021, 332,2 mil litros do combustível importado chegaram ao mercado nacional ante 781,6 mil litros comercializados em igual período da safra passada.
Em dezembro de 2020, o País importou 94,6 mil litros do biocombustível, queda de 48,1%, ou seja, 87,9 mil litros a menos em comparação ao mesmo mês de 2019. Nos meses de janeiro e fevereiro deste ano foram importados 76,6 mil litros e 50,9 mil litros, retração de 56,7% e 65,7%, respectivamente, em relação ao ciclo 2019/2020.
Em contrapartida, as exportações têm apresentado boas perspectivas neste inicio de 2021. No primeiro bimestre, as exportações brasileiras do combustível renovável totalizaram 343,31 milhões de litros, um incremento superior a 50% maior do que o total verificado no mesmo período de 2020.