NOVABIO

Resiliência é a palavra-chave para recuperação da produção
sucroenergética em Alagoas

Maior regularidade climática, inovação tecnológica e preços mais remuneradores aos produtores estão entre as principais razões para a recuperação da produção canavieira em Alagoas, que deverá encerrar a safra 2021/2022 processando 18,5 milhões de toneladas de cana. Este é o melhor resultado desde que uma forte estiagem atingiu o Estado no período 2014/2015, derrubando a moagem de 23 milhões de toneladas para 13 milhões de toneladas. 

“O desempenho atual é fruto de um processo de acentuada recuperação. Além de um regime de chuvas mais equilibrado, a resiliência dos produtores alagoanos foi fundamental para este reestabelecimento gradual da nossa capacidade produtiva”, afirmou Pedro Robério Nogueira, presidente do Conselho Deliberativo da Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia – NovaBio, durante webinar promovido nesta quarta-feira (09/03) pelo Jornal Cana. 

Convidado a participar do evento juntamente com Renato Cunha, presidente-executivo da NovaBio, e Luiz Carlos Queiroga, presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado da Bahia (Sindaçucar/BA), Robério destacou o empenho dos empresários alagoanos e os projetos estruturantes em desenvolvimento na região.

“A renovação de canaviais, com a introdução de variedades mais resistentes às intempéries climáticas, o uso de métodos modernos de cultivo, como a meiose e a mecanização, e um monitoramento via satélite mais preciso, visando à eficiência de aplicação de insumos agrícolas nas melhores épocas plantio, são alguns exemplos”, ressaltou o executivo.

Segundo ele, na safra atual, as lavouras sucroenergéticas de Alagoas alcançaram o melhor rendimento nos últimos seis anos. São 65 toneladas de cana por hectare em comparação às 59,96 toneladas verificadas no ciclo 14/15. “Embora seja um rendimento baixo para os padrões da região, nota-se uma evidente recuperação em razão das chuvas regulares e da ação dos produtores, aproveitando essa janela de oportunidade pluviométrica para replantar”, explicou.

Com previsão de encerramento em abril, além do esmagamento de 18,5 milhões de toneladas de cana, a safra alagoana 2021/2022 deverá produzir um total de 450 mil litros de etanol e 1,45 milhão de toneladas de açúcar.

Para o período 2022/2023, o executivo da NovaBio mostra-se otimista: “Mantendo-se a regularidade climática,  a renovação de canaviais e preços remuneradores nos atuais níveis, acredito que a próxima safra tem todos os fundamentos para ser maior”.

Fertilizantes

Em relação às altas consecutivas nos preços dos fertilizantes e ao possível desabastecimento do produto no futuro, em decorrência das sanções econômicas impostas recentemente à Rússia, Pedro Robério se mostrou cauteloso. 

“A guerra na Ucrânia obviamente tem reflexos imediatos nos preços dos fertilizantes. Mesmo que parte deles já esteja no plantio para a próxima safra de cana, haverá, sem dúvidas, consequências nos cultivos de inverno e verão”, concluiu o executivo, que também preside o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçucar/AL).

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